sábado, 21 de março de 2009

Diálogo com o barro.


Tenho uma disciplina na pós-graduação, chamada “Laboratório de Sensibilidade”. É uma aula fantástica, estou aprendendo coisas incríveis. As vivencias me mostram a todo o momento o quanto eu preciso me soltar mais, entrar em contato com meus sentimentos, acreditar mais na minha intuição e dar vazão a minha criatividade.
Estes dias fizemos uma vivencia com argila, com o objetivo de, ao desenvolver um diálogo com o barro, possibilitar um diálogo com conteúdos internos.
Demorei um pouco para encontrar a forma pretendida, como sempre pela dificuldade que tenho em me entregar a este tipo de atividade, mas a argila me permitiu recriar quantas vezes eu necessitei, bastava eu acrescentar água, e com suas exigências atendidas, ela cedia as minhas vontades.
Antes de começarmos a atividade, fomos estimulados a fazer um relaxamento, para possibilitar uma maior interiorização. Para isto todos fecharam os olhos enquanto concentravam-se na respiração. Ao expirar nosso pensamento deveria estar nas tensões do momento, nas angustias, como se estas estivessem sendo expiradas também, junto com a respiração. Deveríamos sentir nossos pés no chão, forçando-os como se estivéssemos enraizando naquele lugar, e buscando absorver da mãe terra o que ela tem de positivo: sustento, energia. Após um tempo começamos a manusear o barro, apertando, beliscando, batendo, esmurrando. Neste momento iniciou-se um diálogo, onde não apenas podíamos dar forma ao barro, mas antes deveríamos aceitar o formato que ele ia dando a si de acordo com os nossos movimentos.
Não nos preocupamos muito com a forma a princípio, mas posteriormente começamos a buscar um sentido para nossa produção. Existe um processo que chama metamorfose. Se realiza assim: a pessoa deve fazer uma esfera com a argila, de forma que fique bem lisa e redonda, imaginando que aquilo que carrega nas mãos é o seu mundo interno, buscando sensações, percebendo-se, tentando alcançar a representação daquilo pra ela. O passo seguinte é transformar a esfera em algo do Reino Mineral, depois do Reino vegetal, para posteriormente buscar uma representação do Reino Animal. Para finalizar, a pessoa deve buscar uma síntese abstrata das formas anteriores.
Ao final da vivência eu estava me sentindo completamente diferente. Por alguns momentos esqueci de todos os meus problemas, minha mente desocupada, apenas concentrava-se no sentimento que aquela experiência me possibilitava. Adorei
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4 comentários:

  1. Oi Priscila. Este curso é de Arteterapia.

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  2. também sou arteterapeuta e amei suas postagens, parabéns pelo blog, já virei seguidora rapidinho, rsrs
    faz uma visitinha no meu será um prazer, um abraço

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  3. Olha que bacana este curso! Também gostei da descrição poética que fizestes no texto!O barro é a nossa origem de fato! É provável, que ao manipulá-lo encontremos nossa essência, e assim encontremos a nós mesmos! Onde é que você faz o curso? Um abração e visite o Blog da Mimos da Rua, ok?

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