quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

O dia de hoje é o mais importante

A gente acorda, e vive a repetição... Horário para tudo. Nós, mulheres tão cheias de si, vestidas com brilhos, calçando alturas, com os olhos desenhados. Olhos pintados! Desenhados! Olhos! Olhos! Olhos! Não vês? Não ouves? Cópias! Caricaturas! Mentiras!
Tantas vezes acontece de, no fim do dia eu estar completamente suja, e tentar me reerguer, e ainda conseguir amar com tanto esforço, que até (pré) vejo a queda de tudo o quanto amo. Meus temores – tremores, pavores, rancores, sabores, rumores, tantos-amores... As idéias morrendo sem nem terem nascido.
E eu subo aqueles degraus estreitos que tem na minha casa, almejando que sejam mais largos... para que se por acaso, eu não conseguir subir um dia, eu possa ficar mais confortável, por um tempo maior, no degrau onde estou. Simplesmente porque às vezes dá preguiça. E a preguiça contamina, desanima, desatina...
Mas também me inspira a sair do cotidiano e entrar em outros níveis. Em outra sensação do mundo. A vida é mais sutil do que isto, mais rica de sensações. É preciso contemplar a calma, na poesia, no gozo do inconsciente, na perda, no esvaziamento, no desprendimento, na queda. Preciso muito disso. E às vezes fico muito triste quando sinto que a vida desaparece aqui dentro.
Por isso sempre procuro, de perto, de longe, no escuro, no absurdo, vagueio, alucino, recuo.
Escuta-me, te digo:
- Será que pode ser do meu jeito? Podes fazer minha vontade?
E só porque o dia de hoje é o mais importante, decidi aceitar que nem tudo tem respostas.

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